[Pandemia]
Paulínia confirma mais uma morte; UTI Covid-19 volta a ficar 100% ocupada
Este é o segundo dia seguido de lotação máxima na Unidade de Terapia Intensiva para pacientes do coronavírus no hospital municipal – a sexta vez no mês
22 fev 2021 – 14h49

APrefeitura voltou a confirmar nesta segunda-feira (22) mais uma morte em decorrência da Covid-19 em Paulínia – a 106ª na cidade desde o início da pandemia, segundo dados do governo municipal. Mas, para o Ministério da Saúde, responsável pelos números oficiais da doença no Brasil, o município já contabiliza 110 óbitos pelo novo coronavírus.
De acordo com o Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus de Paulínia, a 106ª morte na cidade pelo novo coronavírus se refere a um homem de 85 anos, com antecedentes de neoplasia de próstata e hipertensão arterial. Iniciou os sintomas respiratórios no dia 12 de fevereiro. Deu entrada no Hospital Municipal “Vereador Antônio Orlando Navarro” no último dia 16. Foi realizado diagnóstico laboratorial para a Covid-19 pelo exame de PCR, com resultado positivo. Morreu sábado, dia 20.
De acordo com o boletim epidemiológico diário da Prefeitura, até as 9h30 desta segunda-feira, o hospital municipal de Paulínia estava com 100% dos 14 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19 ocupadas. Este é o segundo dia consecutivo, pois a lotação máxima já foi registrada no domingo passado (21). Só neste mês, é a sexta vez que isso ocorre.
Procurada desde o dia 2 de fevereiro, a Prefeitura esclareceu às 18h32 desta segunda-feira que não houve aumento no total de vagas da UTI Covid-19. “São 14 leitos Covid-19 e 6 para outras doenças”, confirmou. “Há também 26 leitos clínicos para Covid-19.” Ela não informou o que está fazendo para garantir atendimento aos moradores de Paulínia com quadro grave do novo coronavírus. Desde o início da pandemia, conforme os números do governo municipal, 6.940 se infectaram com a doença e 6.681 se recuperaram. O Ministério da Saúde já contabiliza 8.154 contaminados no município.
Na região, a Prefeitura de Campinas informou nesta segunda-feira que está negociando leitos em unidades de tratamento intensivo (UTI) da rede privada para atender a demanda de pacientes com Covid-19. Domingo, a exemplo do que ocorreu em Paulínia, todas as vagas de UTI disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estavam ocupadas na cidade.
Para esta segunda-feira, a Prefeitura de Campinas também contava com a abertura de novos leitos de UTI no Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nas últimas duas semanas, a ocupação dos leitos no sistema público de Campinas oscilou em níveis acima de 90%. O último boletim divulgado pela Prefeitura indicava que na rede privada de saúde estava em 77%.
Segundo o balanço do governo estadual, desde o começo da pandemia, Campinas já confirmou mais de 56 mil casos de Covid-19 e registrou e 1.811 mortes.
Na madrugada desta segunda-feira, um avião da companhia Emirates, com remessa de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 decolou de Mumbai, na Índia, e deve chegar a São Paulo às 6h55 desta terça-feira (23).
A aeronave deixou a cidade indiana por volta das 10h30 da manhã (horário local), o que equivale a 2h da madrugada desta segunda no horário de Brasília. A carga fará escala em Dubai, nos Emirados Árabes, de onde decolará para São Paulo às 22h40 (horário local) – 15h40 desta segunda (horário de Brasília).
O voo chegará a São Paulo na terça-feira de manhã e as vacinas seguirão para o Rio de Janeiro, onde serão levadas para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).
As doses foram produzidas pelo Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia e maior produtor mundial de vacinas. Mesmo prontas, as vacinas precisarão passar primeiro por Bio-Manguinhos para que possam ser rotuladas antes de serem distribuídas ao Programa Nacional de Imunizações.
A importação de doses prontas é uma estratégia paralela à produção de vacinas acertada entre a AstraZeneca e a Fiocruz. Para acelerar a disponibilidade de vacinas à população, 2 milhões de doses já foram trazidas da Índia em janeiro e está previsto um total de 10 milhões de doses prontas a serem importadas. Além dos 2 milhões que chegam nesta terça-feira ao País, mais 8 milhões estão previstas para os próximos dois meses.
Enquanto negocia a chegada das doses prontas, a Fiocruz trabalha na produção local das vacinas Oxford/AstraZeneca. Segundo o acordo com a farmacêutica anglo-sueca, a Fiocruz vai produzir 100,4 milhões de doses de vacinas até julho, a partir de um ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado. A primeira remessa desse insumo já chegou ao Bio-Manguinhos e o primeiro milhão de doses produzido na Fiocruz tem entrega prevista para o período de 15 a 19 de março.
De acordo com a fundação, os dois primeiros lotes estarão liberados internamente nos próximos dias. Esses lotes são destinados a testes para o estabelecimento dos parâmetros de produção. “Com esses resultados, a instituição produzirá os três lotes de validação, cuja documentação será submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses lotes somarão cerca de 1 milhão de doses e seus resultados serão enviados à Anvisa até meados de março”.
Também está em andamento na Fiocruz o processo de transferência de tecnologia para a produção do IFA no Brasil, o que tornará a fundação autossuficiente na produção das vacinas. A previsão é que as primeiras doses com IFA nacional sejam entregues ao Ministério da Saúde em agosto, e, até o fim de 2021, seja possível entregar 110 milhões de doses, elevando o total produzido no ano pela Fiocruz para 210,4 milhões.
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